O câncer é uma doença em que as células do corpo crescem descontroladamente. Quando ele começa na pele, é denominado câncer de pele. Sua incidência é a maior no mundo, e representa 30% de todas as neoplasias malignas registradas no Brasil. Apesar de ser o câncer mais frequente, apresenta baixa mortalidade quando diagnosticado precocemente e tratado adequadamente.
O carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular são os dois tipos mais comuns, chamados de câncer de pele não melanoma, representam 95% de todos os casos. Eles começam na camada mais superficial da pele, a epiderme, e crescem em direção as camadas mais profundas, podendo invadir músculos e ossos. O melanoma, terceiro tipo de câncer de pele, representa apenas 5% dos casos, mais letal que os carcinomas, ele começa nos melanócitos, células produtoras de melanina responsável pela coloração da pele.
Sinais e Sintomas
O câncer de pele ocorre principalmente nas áreas mais expostas ao sol, como face, nariz, bochechas, orelhas, pálpebras, lábios, pescoço, braços e pernas.
Os principais sinais e sintomas dos cânceres de pele não melanoma são:
- Qualquer lesão na pele de aparência elevada e brilhante, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente;
- Uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.
- Uma lesão que se assemelha a uma pequena espinha, podendo ficar inflamada ou não, que não desaparece até 30 dias;
Os principais sinais e sintomas do câncer de pele melanoma são:
- Qualquer mancha ou pinta, de coloração preta ou acastanhada, que mude de cor, textura, forma e aumente de tamanho;
- Qualquer mancha de nascença que mude de cor, espessura ou tamanho;
- Qualquer pinta preta ou escura que surja após os 40 anos;
- Qualquer listra escura que surja na unha;
Fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de pele
- Pele clara. Qualquer pessoa, independentemente da cor da pele, pode ter câncer de pele. No entanto, ter menos pigmento (melanina) na pele, oferece menos proteção contra os raios solares. Se você tem cabelos loiros ou ruivos e olhos claros, e fica com sardas ou queimaduras de sol com facilidade, é muito mais provável que desenvolva câncer de pele do que uma pessoa com pele mais escura.
- Queimaduras solares. Ter sofrido uma ou mais queimaduras solares com bolhas quando criança ou adolescente, aumenta o risco de desenvolver câncer de pele na idade adulta. As queimaduras solares na idade adulta também são um fator de risco.
- Exposição excessiva ao sol. Qualquer pessoa que passa um tempo considerável ao sol pode desenvolver câncer de pele, especialmente se a pele não estiver protegida por protetor solar ou roupas. O bronzeamento artificial, incluindo a exposição a lâmpadas e camas de bronzeamento, também o coloca em risco.
- Climas ensolarados. As pessoas que vivem em climas quentes e ensolarados (Norte e Nordeste brasileiro) estão expostas a mais luz do sol do que as pessoas que vivem em climas mais frios.
- Pessoas com muitas pintas irregulares, chamadas de nevos atípicos apresentam risco aumentado de câncer de pele. Pintas irregulares, maiores do que as outras têm maior probabilidade de se tornarem cânceres de pele.
- História familiar de câncer de pele. Se um de seus pais ou irmão teve câncer de pele, você pode ter um risco maior de desenvolver a doença.
- Uma história pessoal de câncer de pele. Se você desenvolveu câncer de pele uma vez, corre o risco de desenvolvê-lo novamente.
- Lesões cutâneas pré-cancerígenas. Ter lesões cutâneas conhecidas queratoses actínicas pode aumentar o risco de desenvolver câncer de pele. Essas lesões surgem como manchas ásperas, descamativas que variam em cor do rosa ao vermelho. Elas são mais comuns no rosto, cabeça e mãos de pessoas de pele clara cuja pele foi muito exposta pelo sol ao longo da vida.
- Um sistema imunológico enfraquecido. Pessoas com sistema imunológico enfraquecido têm maior risco de desenvolver câncer de pele. Isso inclui pessoas que tomam medicamentos imunossupressores após um transplante de órgão (transplantados renais e uso de ciclosporina).
Diagnóstico
O diagnóstico normalmente é feito pelo dermatologista, através de exame clínico e pelo auxílio da dermatoscopia, exame realizado através de um microscópio de mão, capaz de ampliar a pele em 20x, permitindo visualizar estruturas não vistas a olho nu. As lesões que o dermatologista suspeitar ao exame clínico, uma biópsia de pele pode ser necessária. Ela possui maior acurácia para o diagnóstico do câncer de pele e pode determinar se a pessoa tem câncer e, em caso afirmativo, qual tipo de câncer de pele.
Tratamento
Câncer de Pele Não Melanoma
Todos os casos de câncer de pele devem ser diagnosticados e tratados precocemente, inclusive os de baixa letalidade, que podem provocar lesões mutilantes ou desfigurantes em áreas expostas do corpo, causando sofrimento aos pacientes. Vários tratamentos estão disponíveis de acordo com o câncer de pele, localização, subtipo histológico, condições clínicas do paciente e estágios da doença.
A cirurgia é ainda o melhor método de tratamento,s tanto nos casos de carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e no melanoma.
Cirurgia Micrográfica de Mohs
A cirurgia micrográfica de Mohs ou cirurgia de Mohs é o método cirúrgico considerado mais efetivo e minucioso para o tratamento do câncer de pele, principalmente para o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular. Ainda pouco conhecida no Brasil, mas muito utilizada nos países desenvolvidos como Estados Unidos, Canadá e países da Europa, sua alta eficácia é observada em diversos estudos, podendo chegar a mais de 99% de chance de cura em algumas situações.
Sua principal vantagem em relação aos demais métodos é que ela consegue mapear o câncer de pele através da análise microscópica de 100% das margens cirúrgicas, garantido assim a remoção completa das células neoplásicas e preservação máxima de pele sadia, resultando na menor cicatriz possível.
Se você quer saber mais sobre a cirurgia micrográfica de Mohs leia aqui nosso artigo.
Cirurgia Com Margens Convencionais
A cirurgia convencional é reservada para os casos em que a cirurgia micrográfica de Mohs não é necessária. O estudo das margens e do tumor, não são realizados no mesmo dia da cirurgia, ou seja, a reconstrução da ferida operatória ocorre sem que o cirurgião tenha certeza de que todo o tumor foi removido. Uma margem de segurança ampla é removida e enviada para análise microscópica no laboratório de patologia. Ela é reservada para as seguintes situações:
- Tumores maiores de 2 cm localizados no corpo.
- Tumores primários (não submetido a tratamento prévio).
- Carcinoma basocelular de subtipo histológico nodular, expansivo, superficial.
- Carcinoma espinocelular bem diferenciado.
- Tumores pequenos e bem delimitados.
- Tumores não localizados em áreas nobres como a face, pescoço, genitais, mãos e pés.
Quando bem indicada, a cirurgia convencional pode chegar a índices de cura de 90%.
Biópsia de congelação ou Cirurgia com congelação
Realizada geralmente por um cirurgião e um patologista, o cirurgião remove o tecido e entrega ao patologista que realizará o processamento e análise das margens cirúrgicas durante a cirurgia. Geralmente, a cirurgia com congelação, avalia amostras das margens, semelhante a cirurgia convencional, e ao contrário da cirurgia micrográfica de Mohs, que avalia 100% das margens laterais e profunda.
Câncer de Pele Melanoma
O tratamento do melanoma varia conforme a extensão, agressividade e localização do tumor, bem como a idade e o estado geral de saúde do paciente. As modalidades mais utilizadas são a cirurgia excisional e a Cirurgia Micrográfica de Mohs (citadas acima). Na maioria dos casos, o melanoma metastático não tem cura, por isso é importante detectar e tratar a doença o quanto antes.